sexta-feira, 10 de maio de 2013

SEM VAGAS NOS PRESÍDIOS, POLÍCIA CIVIL QUER PRENDER 100 PESSOAS SOMENTE HOJE EM TODO O RN

Até às 13h30 de hoje, a Polícia Civil já tinha prendido 95 pessoas acusadas de algum tipo de crime no Rio Grande do Norte, durante a operação “PC 27”, iniciada nas primeiras horas da manhã. O objetivo da ação é cumprir o máximo possível de mandados de prisão em aberto no Estado, que, conforme dados da Delegacia Especializada em Capturas (Decap), são mais de nove mil existentes.

Segundo o delegado geral da Polícia Civil, Fábio Rogério da Silva, os mandados de prisão que estão sendo cumpridos hoje são relacionados à vários tipos de crimes, especialmente homicídios, tráfico de drogas e assaltos, mas há também relativos a pensão alimentícia, por exemplo. Ele disse que a operação está prevista para ser encerrada após as 18h e que até lá, o número de presos deve ultrapassar os cem detidos.

Por volta das 11h30, ele e o diretor de policiamento da Grande Natal, delegado Correia Júnior, sobrevoaram com o helicóptero Potiguar 1, da Secretaria de Estado de Defesa Social (Sesed), as áreas onde estavam ocorrendo a operação policial, para acompanhar o trabalho realizado pelos policiais civis.


As primeiras prisões ocorreram nos municípios da Região Metropolitana de Natal, quando nove suspeitos foram detidos em flagrante apenas em Parnamirim e Macaíba. Nesta última, três pessoas foram presas acusadas de terem participado do assassinato do economista carioca Carlos Norberto Holtz, em outubro do ano passado, na cidade. Os detidos, dois homens e uma mulher, são apontados ainda como participantes da morte do taxista Antônio Ferreira, em dezembro último.

Por volta das 12h o delegado geral da Polícia Civil, Fábio Rogério, utilizou o helicóptero Potiguar I, do Governo do Estado, para fiscalizar a sequência da Operação PC 27, desencadeada em várias cidades. Foto: Wellington Rocha
Já os seis detidos em Parnamirim são acusados de tráfico de drogas e de diversos assaltos ocorridos no município nos últimos meses, e que tem provocado medo e apreensão nos moradores. Todos foram levados para a Delegacia de Polícia de Nova Parnamirim, onde foram autuados em flagrante e devem permanecer no local até o final da operação, quando devem ser transferidos para algum centro de detenção provisória (CDP) da Região Metropolitana.

Segundo Fábio Rogério, todos os delegados titulares de unidades policiais ficaram responsáveis por cumprir o maior número possível de mandados de prisão em suas áreas de atuação durante a operação, que está sendo realizada em todo o Estado e segue orientação nacional, em comemoração ao aniversário da Polícia Civil no Brasil. Daí, o nome adotado para a ação: “PC 27”, que remete à polícia judiciária presente nos 27 estados brasileiros e no Distrito Federal.

Os policiais envolvidos na operação “PC 27” também estão cumprindo 60 mandados de apreensão para adolescentes em conflito com a lei e que tenham cometido algum tipo de crime. A Polícia Civil informou que os jovens procurados já estavam cumprindo medidas socioeducativas, mas não haviam comparecido às audiências judiciais necessárias durante o processo e, por isso, tiveram o pedido de apreensão renovado.

De acordo com informações da Delegacia Especializada no Atendimento ao Adolescente (DEA), até às 11h30 de hoje, apenas cinco mandados haviam sido cumpridos, em vários bairros da zona Oeste de Natal. Todos os apreendidos serão apresentados aos juízes da Infância e da Juventude da Capital, que deverão decidir o que será feito com os adolescentes, já que nenhuma das unidades de medidas socioeducativas da Região Metropolitana está recebendo internos.

Sejuc consegue 30 vagas

“A nossa preocupação é onde vamos colocar todos esses presos, porque não temos mais nenhuma condição de acomodar essas pessoas nas unidades prisionais. Já conseguimos um milagre de arranjar 30 vagas, mas foi porque o juiz das Execuções Penais entendeu o nosso apelo e ordenou um remanejamento de presos para o pavilhão 5 de Alcaçuz”, desabafou o coordenador de Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte (Coape), major Castelo Branco.

Ele explicou que a medida foi em caráter de urgência, diante da grande demanda de presos que surgiram com a realização da operação da Polícia Civil e que isso só foi possível porque foi em cumprimento a uma ordem judicial. O major afirmou ainda que, caso o juiz autorize novas transferências, será difícil obedecer a determinação, mas que ainda assim, a Sejuc irá cumprir o que for determinado.
“Ordem judicial é para ser cumprida, então, teremos que dar um jeito de conseguir espaço para prender os presos. As 30 vagas que conseguimos não existiam, mas, diante da urgência e da autorização judicial, fizemos a movimentação de 30 presos provisórios que estavam em CDPs para o pavilhão 5 de Alcaçuz, que já está superlotado, e assim, conseguimos as vagas necessárias nestes ambientes”, explicou o major.

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