segunda-feira, 6 de maio de 2013

DEFENSORES PÚBLICOS DECIDEM POR PARALISAÇÃO DE 72H



Em assembleia extraordinária realizada na manhã desta segunda-feira (6), os Defensores Públicos do Rio Grande do Norte votaram pela paralisação de advertência por um período de 72 horas, a partir da próxima segunda-feira (13). Caso nenhuma proposta seja apresentada pelo Governo do Estado ao final deste prazo, a categoria deverá deflagrar greve. A assembleia foi organizada pela Associação dos Defensores Públicos do RN (Adpern) e aconteceu no auditório da sede da Defensoria Pública Estadual.

Na ocasião, a categoria discutiu ações a serem tomadas para chamar a atenção do Governo para as reivindicações do projeto de reestruturação da Defensoria Pública. No projeto, que já foi encaminhado ao Executivo, os defensores pedem a adequação da Lei de diretrizes da Defensoria Pública do RN às diretrizes nacionais, que foram reformuladas em 2009.

De acordo com o defensor público e presidente da Adpern, Francisco de Paula Leite Sobrinho, o Governo do Estado se recusa a cumprir determinações legislativas em relação à categoria. “Apesar da reformulação nas diretrizes nacionais da Defensoria Pública, nossa lei ainda não se adequou. Já encaminhamos esse projeto para o Governo, mas está parado e ainda não foi encaminhado para a Assembléia Legislativa. Somos um órgão autônomo desde a Emenda Constitucional de 2004, mas o Governo não reconhece essa autonomia, tentando barrar iniciativas próprias, como a promoção dos defensores, que conseguimos através de uma liminar judicial”, afirmou Francisco de Paula.

Durante a assembleia, os defensores apresentaram opiniões divididas sobre deflagrar ou não a greve da categoria. Uma das sugestões foi que no lugar da greve, fossem realizadas ações coletivas durante um período de aproximadamente um mês, para chamar a atenção do Governo e da população para a situação dos defensores. A proposta seria realizar mutirões e ações sociais com defensores em diversos pontos da cidade. No entanto, ao final da Assembléia, a categoria votou pela paralisação das atividades a partir da próxima semana.

Segundo Francisco de Paula Leite Sobrinho, a deflagração da greve é uma das últimas alternativas da categoria, e tudo vai depender do interesse do Governo em solucionar o problema da Defensoria. “A Defensoria vem atravessando uma situação de total descaso por parte do Governo, mas nós estamos tentando de maneira política resolver os nossos problemas administrativos, mas o Governo está se negando até mesmo a conversar conosco. Estamos debatendo juntos, para construirmos um raciocínio e uma resposta para a situação da Defensoria Pública no Estado, mas a categoria não quer ter que chegar ao ponto de deflagrar greve. Infelizmente, se o Governo não apresentar uma resposta referente à nossas reivindicações e ao nosso projeto, daremos início à greve”, afirmou o defensor público.

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