quinta-feira, 4 de abril de 2013

NA LIBERTADORES, GANSO É PERFEITO NO PASSE, SÓ QUE NÃO TIRA A BOLA DO LUGAR


Contratado para ser o homem do ‘último passe’ no São Paulo, Paulo Henrique Ganso tem a cada partida chegado mais perto do ideal, segundo o técnico Ney Franco. Mas, ao mesmo tempo, a cada dia o meia fica mais distante de ser o camisa 10 que torcedores e, principalmente, atacantes tricolores sonhavam.

Por seu ‘toque diferenciado’, quando surgiu em 2009, no Santos, Ganso ganhou elogios por ser o tipo de jogador que resolve o jogo em apenas um passe. No São Paulo, porém, esse meia não existe. Pelo menos, até aqui. A conclusão é feita com base nos números fornecidos pelo Opta e pela Footstats.

Com a camisa tricolor, Ganso segue mostrando a precisão de seus melhores momentos de Santos. Contudo, agora, os passes do jogador são curtos, raramente criam chances de gol para o São Paulo e, pior, são na maioria das vezes toques laterais ou para trás, sem colocar a equipe para atacar.


Na Copa Libertadores, Ganso foi a primeira opção de Ney Franco em quatro dos cinco jogos do São Paulo - nesta quinta-feira, contra o The Strongest, terá sua primeira chance como titular. Em 139 minutos jogados até aqui, foram 106 tentativas de passe do meia: 88 certos e apenas 18 errados.

Entre os passes que atingiram o alvo, apenas sete resultaram em uma finalização são-paulina, e somente um virou assistência para gol. Foram 33 toques para o lado, 29 para frente e outros 22 para trás. Já quando errou, Ganso quase sempre tentou passar para frente (16 vezes; dois para o lado).
Opta
Passes de Ganso: em verde, os certos; vermelho, os errados; e os amarelos, para finalização
Até aqui, na Libertadores, Ganso somou mais minutos jogando nos dois últimos jogos do São Paulo, ambos contra o Arsenal de Sarandí. Na Argentina (derrota tricolor, por 2 a 1), no último compromisso da equipe paulista, o meia atuou por 34 minutos. No Brasil, no empate por 1 a 1, o atleta jogou por 37.

No primeiro jogo contra os argentinos, no Pacaembu, Ganso acertou 22 passes. Desses, nove foram para frente, mas apenas um em direção à área adversária (gerando uma finalização); 10 para o lado (um para finalização, de longe); e três para trás. Na ocasião, o meia errou apenas três toques, todo para frente.

Já no segundo encontro, em Sarandí, o camisa 8 acertou 22 passes, sendo somente dois para finalizações e um para dentro da área. No total, foram cinco toques para frente, 12 para trás, e cinco de lado. Além disso, passou em dez oportunidades a bola para volantes, e apenas três para os atacantes.

Desde que conquistou a condição de titular no meio-campo do São Paulo, Ganso jogou três partidas no Campeonato Paulista, contra São Bernardo, Bragantino e Corinthians. Desde então, o meia aumentou sua média de passes em mais de 50% (na Libertadores, por exemplo, foram 21 por jogo; nessas partidas, 58 de média).

Em seu último jogo, no clássico contra o Corinthians, Ganso teve, para muitos, uma de suas melhores atuações no São Paulo. De fato, o meia se mostrou participativo, mas sem a efetividade de outrora. Com cerca de 1 minutos e meio com a bola no pé, o jogador ocupou por apenas 19 segundos a última faixa do campo.

Em 90 minutos no domingo, foram 48 passes certos. Desses, 35 trocados no meio-campo, e apenas 12 na última faixa de campo, próximo ao gol de Cássio. Mas, ainda assim, nenhum deixou atacante em condições de finalizar. Na melhor assistência, Ganso achou Jadson dentro da área, mas o meia rolou para trás.

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