Contratado para ser o homem do ‘último passe’ no São
Paulo, Paulo Henrique Ganso tem a cada partida chegado mais perto do ideal,
segundo o técnico Ney Franco. Mas, ao mesmo tempo, a cada dia o meia fica mais distante
de ser o camisa 10 que torcedores e, principalmente, atacantes tricolores
sonhavam.
Por seu ‘toque diferenciado’, quando surgiu em 2009,
no Santos, Ganso ganhou elogios por ser o tipo de jogador que resolve o jogo em
apenas um passe. No São Paulo, porém, esse meia não existe. Pelo menos, até
aqui. A conclusão é feita com base nos números fornecidos pelo Opta e pela
Footstats.
Com a camisa tricolor, Ganso segue mostrando a
precisão de seus melhores momentos de Santos. Contudo, agora, os passes do jogador
são curtos, raramente criam chances de gol para o São Paulo e, pior, são na
maioria das vezes toques laterais ou para trás, sem colocar a equipe para
atacar.
Na Copa Libertadores, Ganso foi a primeira opção de
Ney Franco em quatro dos cinco jogos do São Paulo - nesta quinta-feira, contra
o The Strongest, terá sua primeira chance como titular. Em 139 minutos jogados
até aqui, foram 106 tentativas de passe do meia: 88 certos e apenas 18 errados.
Entre os passes que atingiram o alvo, apenas sete resultaram
em uma finalização são-paulina, e somente um virou assistência para gol. Foram
33 toques para o lado, 29 para frente e outros 22 para trás. Já quando errou,
Ganso quase sempre tentou passar para frente (16 vezes; dois para o lado).
Opta
Passes de Ganso: em verde, os certos; vermelho, os
errados; e os amarelos, para finalização
Até aqui, na Libertadores, Ganso somou mais minutos
jogando nos dois últimos jogos do São Paulo, ambos contra o Arsenal de Sarandí.
Na Argentina (derrota tricolor, por 2 a 1), no último compromisso da equipe
paulista, o meia atuou por 34 minutos. No Brasil, no empate por 1 a 1, o atleta
jogou por 37.
No primeiro jogo contra os argentinos, no Pacaembu,
Ganso acertou 22 passes. Desses, nove foram para frente, mas apenas um em
direção à área adversária (gerando uma finalização); 10 para o lado (um para
finalização, de longe); e três para trás. Na ocasião, o meia errou apenas três
toques, todo para frente.
Já no segundo encontro, em Sarandí, o camisa 8 acertou
22 passes, sendo somente dois para finalizações e um para dentro da área. No
total, foram cinco toques para frente, 12 para trás, e cinco de lado. Além
disso, passou em dez oportunidades a bola para volantes, e apenas três para os
atacantes.
Desde que conquistou a condição de titular no
meio-campo do São Paulo, Ganso jogou três partidas no Campeonato Paulista,
contra São Bernardo, Bragantino e Corinthians. Desde então, o meia aumentou sua
média de passes em mais de 50% (na Libertadores, por exemplo, foram 21 por
jogo; nessas partidas, 58 de média).
Em seu último jogo, no clássico contra o Corinthians,
Ganso teve, para muitos, uma de suas melhores atuações no São Paulo. De fato, o
meia se mostrou participativo, mas sem a efetividade de outrora. Com cerca de 1
minutos e meio com a bola no pé, o jogador ocupou por apenas 19 segundos a
última faixa do campo.
Em 90 minutos no domingo, foram 48 passes certos.
Desses, 35 trocados no meio-campo, e apenas 12 na última faixa de campo,
próximo ao gol de Cássio. Mas, ainda assim, nenhum deixou atacante em condições
de finalizar. Na melhor assistência, Ganso achou Jadson dentro da área, mas o
meia rolou para trás.
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