Festa que nem o time treinado
por Luiz Felipe Scolari teve em amistoso contra o Chile, há quase dois meses,
no mesmo estádio. A Seleção Brasileira, a propósito, foi vaiada naquela
ocasião, depois de não passar de empate por 2 a 2.
Não é difícil entender a
simpatia dos anfitriões desta vez. Quando não se torce diretamente por nenhum
envolvido, a tendência geralmente é pender para o lado mais fraco, e a equipe
da Polinésia Francesa é, sem dúvida, a pior do torneio. Além disso, enquanto os
nigerianos chegaram em cima da hora à capital mineira, os taitianos já esbanjam
carisma e fatos novos há mais de uma semana.
Logo nos primeiros minutos,
ficou clara a preferência dos brasileiros pelos Guerreiros do Aço, como são
chamados os taitianos, que descobriram o guaraná na capital mineira. A torcida
vaiou tudo que favorecesse à Nigéria: desde marcações de falta a tiros de meta
batidos pelo goleiro Vincent Enyeama e longas sequências de passe no
meio-campo.
Dois grandes momentos
incendiaram o público de 20.187 pessoas na primeira etapa. O primeiro foi
incrível gol perdido pelo nigeriano Ahmed Musa. O atacante do CSKA chegou a
deixar o goleiro no chão, com uma espécie de chute no váculo, mas chutou para
fora. Depois, em lance semelhante, Ujah também tentou fintar o goleiro e foi
travado por ele.
O público quase comemorou aos
42 minutos, quando Chong Hue desviou para fora um cruzamento vindo da ponta
direita. À essa altura, a Nigéria já vencia por três gols de diferença
(Echiejile e Oduamadi, duas vezes), mas nada diminuía a festa nas
arquibancadas, de onde vinham aplausos e gritos de incentivo como “ô, o Taiti
chegou!” e “a, e, i, seleção do Taiti!”.
O ápice estaria reservado ao
retorno do intervalo. Aos nove minutos do segundo tempo, o improvável
aconteceu: Jonathan Tehau aproveitou escanteio cobrado pela esquerda e, na
segunda trave, cabeceou para a rede. Um gol que fez muita gente se arrepiar no
estádio, dada a reação impressionante - quase incrédula - dos jogadores e de
todo o banco de reservas.
A Nigéria ainda voltaria a
ampliar a vantagem três vezes no marcador, mas isso pouco importava. Ter feito
um gol no campeão africano teve sabor de título para a “Família Etaeta”, como
havia brincado o treinador taitiano, que espera o mesmo apoio no Rio de
Janeiro, onde enfrentará a poderosa Espanha, na quinta-feira.
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