terça-feira, 18 de junho de 2013

MÃE GENTIL






















A  amadora seleção taitiana ganhou a torcida brasileira em Belo Horizonte. Apoiada o tempo todo no M
ineirão por atleticanos, americanos e cruzeirenses, a representante da Oceania na Copa das Confederações enfrentou a Nigéria, ontem, como se estivesse decidindo uma final em casa. Apesar da derrota por 6 a 1, foi absurdamente festejada.

Festa que nem o time treinado por Luiz Felipe Scolari teve em amistoso contra o Chile, há quase dois meses, no mesmo estádio. A Seleção Brasileira, a propósito, foi vaiada naquela ocasião, depois de não passar de empate por 2 a 2.

Não é difícil entender a simpatia dos anfitriões desta vez. Quando não se torce diretamente por nenhum envolvido, a tendência geralmente é pender para o lado mais fraco, e a equipe da Polinésia Francesa é, sem dúvida, a pior do torneio. Além disso, enquanto os nigerianos chegaram em cima da hora à capital mineira, os taitianos já esbanjam carisma e fatos novos há mais de uma semana.


Logo nos primeiros minutos, ficou clara a preferência dos brasileiros pelos Guerreiros do Aço, como são chamados os taitianos, que descobriram o guaraná na capital mineira. A torcida vaiou tudo que favorecesse à Nigéria: desde marcações de falta a tiros de meta batidos pelo goleiro Vincent Enyeama e longas sequências de passe no meio-campo.

Dois grandes momentos incendiaram o público de 20.187 pessoas na primeira etapa. O primeiro foi incrível gol perdido pelo nigeriano Ahmed Musa. O atacante do CSKA chegou a deixar o goleiro no chão, com uma espécie de chute no váculo, mas chutou para fora. Depois, em lance semelhante, Ujah também tentou fintar o goleiro e foi travado por ele.

O público quase comemorou aos 42 minutos, quando Chong Hue desviou para fora um cruzamento vindo da ponta direita. À essa altura, a Nigéria já vencia por três gols de diferença (Echiejile e Oduamadi, duas vezes), mas nada diminuía a festa nas arquibancadas, de onde vinham aplausos e gritos de incentivo como “ô, o Taiti chegou!” e “a, e, i, seleção do Taiti!”.

O ápice estaria reservado ao retorno do intervalo. Aos nove minutos do segundo tempo, o improvável aconteceu: Jonathan Tehau aproveitou escanteio cobrado pela esquerda e, na segunda trave, cabeceou para a rede. Um gol que fez muita gente se arrepiar no estádio, dada a reação impressionante - quase incrédula - dos jogadores e de todo o banco de reservas.

A Nigéria ainda voltaria a ampliar a vantagem três vezes no marcador, mas isso pouco importava. Ter feito um gol no campeão africano teve sabor de título para a “Família Etaeta”, como havia brincado o treinador taitiano, que espera o mesmo apoio no Rio de Janeiro, onde enfrentará a poderosa Espanha, na quinta-feira.


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