“Fui enganado, pensava que eu
tinha matado um vagabundo. Jamais imaginei que fosse um advogado. Tenho
respeito pela classe”. Foi o que disse o Lucas Daniel André da Silva (FOTO
ACIMA), conhecido como “Luquinha”, assassino confesso do advogado criminalista
Antônio Carlos de Souza Oliveira, no fim da manhã desta quinta-feira (6),
durante coletiva realizada pela Polícia Civil, na Delegacia Geral de Polícia
(Degepol). Ele aponta o comerciante
Expedito José dos Santos, conhecido como “Irmão Sérgio”, como mandante do
crime, e afirma ter sido enganado pelo próprio, ao ter encomendado o homicídio
alegando que um “vagabundo” teria derrubado o muro de seu suposto terreno, no
município de São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal. O desfecho da tragédia
se deu, principalmente, pela disputa da propriedade, comprada pelo advogado
através de uma imobiliária, fato que culminou em desentendimentos entre as
partes até as ameaças terem sido concretizadas.
Segundo a Polícia Civil,
representada por sua cúpula, alem de três delegados da Delegacia Especializada
em Homicídios (Dehom), Raimundo Rolin,Roberto Andrade e Karla Viviane, e o
presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio Grande do Norte,
Sérgio Eduardo da Costa Freire, o advogado e o comerciante teriam adquirido o
mesmo lote, através de vendedores distintos, e nenhuma das partes cedeu, até
que os primeiros desentendimentos começaram e seguidos de fortes ameaças de
morte, por parte de Expedito José (FOTO ABAIXO) contra o criminalista Antônio
Carlos, vítima do caso.
Durante os esclarecimentos a
imprensa, a Polícia Civil afirmou que possui provas de que “Irmão Sérgio”, como
era conhecido o comerciante, não se conformou com a derrubada do muro em que
ele teria construído, o que teria gerado um prejuízo de R$ 40 mil reais, em
local que ele tinha como objetivo a construção de um supermercado, diante da
valorização na área que cresce devido a empreendimentos da Caixa Econômica
Federal. “Temos a informação que Antônio Carlos enviou uma mensagem para
Expedito dizendo que o seu muro havia sido derrubado. Foi o suficiente para o
retorno enfurecido do Irmão Sérgio, que passou a fazer ameaças de morte e a
traçar uma estratégia para a morte do advogado”, contou o delegado Roberto
Andrade.
A versão foi confirmada pelo
autor do homicídio, “Luquinha”, que admitiu que ele e “Irmão Sérgio” passaram a
monitorar o advogado por 20 dias, até eles conhecerem a sua rotina e
encontrarem o melhor momento para execução: o dia 9 de maio, em um bar
localizado no bairro Nazaré, Zona Oeste de Natal. De acordo com o assassino
confesso, uma terceira pessoa, conhecida como “Irmão Marcos”, que se encontra
foragido, participou do crime levando o veículo Doblô, encontrado no Ceará, na
tentativa de ocultação de provas, e reconhecido pelo chassi no vidro, até o
estabelecimento comercial. “Circulamos discretamente pelo local, até sentir que
tinha condições de descer. Vesti o capuz, entrei no banheiro, onde ele estava e
efetuei seis tiros”, disse, ainda afirmando que todo o material para
camuflagem, alem da arma, foram disponibilizados pelo comercial Expedito José
dos Santos, que também esteve presente na coletiva, mas preferiu se manter
calado diante da acusação.
Diante de todas as provas, já
estão detidos Expedito José dos Santos e sua esposa, Francinete Andrade Silva,
apontada pela Polícia como participante do crime, ao ajudar a destruir o
veículo Doblo, que só pôde ser reconhecido como o visto na cena do crime depois
do registro do chassi ter sido encontrado no vidro, já que o original havia
sido destruído pelos acusados através de maçarico, no interior do Ceará. Já o assassino
confesso, Lucas Daniel André da Silva, conhecido como “Luquinha”, preso nessa
quarta-feira (6), sem passagem pela
Polícia, continuarão a disposição da Delegacia Especializada em
Homicídios(Dehom), para novos esclarecimentos, sobretudo, por não estar
descartada a possibilidade de outras pessoas envolvidas, seja na ação
intelectual ou no interesse da morte do advogado.
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